Despe a carne o medo,
Lúcido,
Em passos estagnados
Pelos pés à corda atados.
(Porque o mundo despido é da cor que o vês.)
Falasse a mão,
Ou cantasse.
Porque nem as letras se lêem a si próprias,
Nem os números se somam sem um operador.
(Porque desnudo tudo é cru e verde e eu gosto ser racional e esquecer a razão.)
Porque eu podia gastar a minha garganta com o espelho,
Que ele não me falaria.
Porque imagem é crença
E o medo é teima
Que sidera a doença.
(Porque os ecos voam daqui para acolá e num dia mau consegue-se vê-los para sempre.)